Ela precisou insistir para que seu padrasto a deixasse atuar em A Lenda de Robinson Crusoé (Robinson sol nicht sterben, 1957). Este era o seu livro favorito, mas ela interpretaria o papel de uma mulher pobre, e Blatzheim temia que o público não a aceitasse no papel, mas o filme também fez sucesso, provando que seus temores eram infundados.
Em 1958, com a mãe, ela viajou para os Estados Unidos, onde deu muitas entrevistas e fez muitos contatos, mas não fez nenhum trabalho por lá.
Romy era agora a atriz mais bem paga da Alemanha.
Os primeiros meses em Paris não foram fáceis para a atriz. Schneider, habituada ao sucesso, não conseguia mais nenhum papel, enquanto Alain Delon rumava ao estrelato mundial. Em O Sol Por Testemunha (Plein Soleil, 1960), por exemplo, Delon era o grande astro, enquanto Romy apenas fez uma pequena ponta, não creditada.
A reviravolta profissional veio finalmente, quando Delon a apresentou ao diretor Luchino Visconti, que lhe ofereceu o papel principal na sua encenação da peça Tis Pity She’s a Whore (ou Pena que ela é uma prostituta), de John Ford. A peça fez muito sucesso, e valeu a atriz muitos elogíos pela crítica especializada.
Visconti então a convidou para atuar em Boccaccio ’70 (1962). A partir de então, sua carreira como atriz decolou internacionalmente.
Romy então estrelou O Processo (Le Procès, 1962), ao lado de Anthony Perkins, e sob direção de Orson Welles. Depois, fez Os Vitoriosos (The Victors, 1963), uma produção da Columbia, rodada na Inglaterra. Em Os Vitoriosos, ela contracenava com astros como George Hamilton, Albert Finney e Melina Mercouri.
Em 1963 ela atuou em O Cardeal (The Cardinal, 1963), seu primeiro filme feito em Hollywood. Sob a direção de Otto Preminger, ela interpretou a baronesa Annemarie von Hartmann. Além disso, também conseguiu para o seu pai Wolf o papel coadjuvante do Barão de Hartmann. Esta foi a única vez em que pai e filha estiveram juntos diante das câmeras.
Na sequência, ela fez a comédia Um Amor de Vizinho (Good Neighbor Sam, 1964), ao lado de Jack Lemmon. Mas enquanto filmava em Los Angeles, Romy ficou sabendo através dos jornais do relacionamento de Alain Delon com a atriz Nathalie Barthélemy.
Ela voltou para Paris, e encontrou a casa vazia, Delon, com quem ela vivia, já tinha ido morar com Barthélemy, e se casou com ela logo em seguida. Um Amor de Vizinho fez um enorme sucesso comercial, e apesar de estar no auge de sua carreira, a atriz dizia estar no pior momento de sua vida.
Deprimida, a atriz tentou o suícidio, e deu uma pausa na carreira. Em 1965 ela regressou à Alemanha, onde conheceu o ator Harry Meyen, e logo foi morar com ele. No ano seguinte, eles oficializaram o casamento.
A atriz queria fazer teatro em Berlim, mas seu desejo acabou não sendo realizado. Em 1966 ela retonou a Hollywood para atuar na comédia Que é Que Há, Gatinha? (What’s New Pussycat, 1965), ao lado de Peter Sellers e Peter O’Toole, e com roteiro escrito por Woody Allen.
Woody Allen, Romy Schneider e Peter O’Toole em Que é Que Há, Gatinha?
De volta à Europa, fez o filme franco-alemão A Ladra (La Voleuse, 1966), que fez muito sucesso. Com Christopher Plummer ela ainda fez Espionagem Internacional (Triple Cross, 1966), antes de dar à luz ao seu primeiro filho David Christopher Haubenstock, em dezembro daquele ano.
Romy então afastou-se da vida artística para cuidar da criança, e só voltou a atuar em 1969, no filme A Piscina (La Piscine, 1969), onde contracenou com Alain Delon. as revistas de fofoca esperavam novas manchetes de um possível revival do antigo romance, contudo Romy escreveu em seu diário: “Se todos os atores que alguma vez já se relacionaram não atuassem mais juntos, logo não haveria filmes. Eu não sinto mais nada, é como se eu abraçasse um muro!”
Ao lado de Michel Picolli, ela estrelou As Coisas da Vida (Les Choses de la Vie, 1970), onde trabalhou pela primeira vez com o cineasta Claude Sauted, que Romy considerava seu diretor favorito. Romy agora era uma das maiores estrelas do cinema francês.
Ela voltou a contracenar com Delon em O Assassinato de Trotsky (The Assassination of Trotsky, 1972), que ainda tinha Richard Burton no elenco.
Novamente dirigida por Visconti, ela estrelou Ludwig – O Último Rei da Bavaria (Ludwig, 1973). Mais uma vez a imperatriz Elisabeth da Áustria, a Sissi, papel que lhe fez famosa, mas que ao mesmo tempo ela considerava uma maldição. Entretanto, dessa vez Visconti representou Sissi genuinamente e Romy se dedicou intensamente à verdadeira personalidade da personagem histórica durante a sua preparação.
Em 1973 ela e Meyen resolveu morar separados, pois ela tinha muitos compromissos em Paris e ele em Hamburgo, na Alemanha. Mas permaneciam juntos como casal.
Romy ganhou seu primeiro Cesar (o prêmio mais importante do cinema francês), por seu trabalho em O Importante é Amar (L’Important C’est D’Aimwe, 1975). E em seu discurso agradeceu o seu “mestre e amigo” Luchino Visconti, que havia falecido poucas semanas antes.
Ela receberia cinco indicações ao prêmio ao longo de sua carreira, sendo novamente agraciada por Uma História Simples (Une Historie Simple, 1978), último dos cinco filmes de Sautet em que ela atuou.
O casamento com Harry Meyen terminou em 8 de julho de 1975. Nesta altura, Romy já estava em um relacionamento com o seu assistente Daniel Biasini, e em setembro, ela descobriu a sua segunda gravidez.
Em 18 de dezembro de 1975, ela se casou com Biasini em Berlim. Entretando, no dia 31 de dezembro, a atriz sentiu fortes dores no ventre e acabou sofrendo um aborto. Ela tirou forças do seu trabalho para tentar superar essa perda.
Em julho de 1977 o casal foi agraciado com uma filha, Sarah Magdalena Biasini.
No final da década de 70 o diretor Rainer Werner Fassbinder a queria para o papel principal de O Casamento de Maria Braun (Die Ehe der Maria Braun, 1979), mas a atriz pediu um cachê exorbitante, e por fim Hanna Schygulla protagonizou a obra. Schneider então atuou em A Herdeira (Bloodline, 1979), ao lado de astros como Audrey Hepburn, Ben Gazzara, Omar Shariff e James Mason. Mas apesar do elenco de peso, o filme foi um grande fracasso.
Pouco tempo depois, em 14 de abril de 1979, Harry Mayen se enforcou em Hamburgo. Romy entrou novamente em depressão, sentindo-se culpada por ter o abandonado. Romy passou a beber e abusar de medicamentos. As filmagens de Fantasma de Amor (Fantasma D’Amore, 1981), foram atrasadas devido ao seu estado psicológico.
Em abril de 1981 ela declarou a uma revista que estava sem forças, se sentindo destruída. O casamento com Biasini não ia bem, e a atriz tinha muitas dívidas devido ao comportamento luxuoso e extravangante do marido. O casal enfim se separou em maio de 1981.
No mesmo mês, ela descobriu um tumor malígno, e por conta disto, precisou retirar o rim direito.
No entando, o maior golpe de sua vida viria em 05 de julho de 1981. Seu filho David Christopher Haubenstock tentou entrar em casa, mas como estava sem chaves, tentou escalar a cerca, mas ele perdeu o equilíbrio e caiu sobre as pontas de metal, morrendo empalado com apenas 14 anos de idade.
Romy ainda encontrou forças para atuar em O Bar da Última Esperança (La Passante du Sans-Souci, 1982), que foi dedicado a memória de seu filho. O filme foi lançado em 14 de abril, e um mês antes da estreia, ela havia sido encontrada pela polícia andando sem rumo e desorientada, há quase 50 quilometros de Paris.
Em abril de 1982 ela tentou se mudar para uma casa de campo, mas não conseguiu financiamento. A atriz devia uma fortuna para a receita federal francesa, por culpa dos gastos de seu ex marido. Ela havia se separado de Daniel Biasini no final de 1981.
No dia 28 de maio a atriz saiu para jantar com o novo namorado. Após voltarem para casa, ela disse que iria ficar acordada até mais tarde, lendo e ouvindo música. No dia 29 de manhã, seu corpo foi encontrado sem vida, caído ao chão.
A imprensa logo cogitou um suícidio, mas a autópsia registrou uma insuficiência cardíaca, Romy Schneider havia morrido de um coração partido.
Ela tinha apenas 43 anos de idade.
Romy Schneider foi enterrada no cemitério de Boissy-sans-Avoir e, por iniciativa de Alain Delon, que organizou o funeral. O corpo do filho da atriz foi retirado do cemitério de Saint-Germain-en-Laye e colocado junto ao túmulo da sua mãe.
Certa vez, a atriz Hildergard Knef descreveu sua colega da seguinte maneira: “Ela lembrava a Marilyn Monroe. Mais rebelde e pronta para atacar do que os outros, mas igualmente vulnerável e inconstante“.
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Inutil e escroto é você que fica xingando uma profissional sem motivo algum. Quantos ano tens, verme fracassado?
MAS SEGUNDO AS INFORMAÇOES ELA TB TEVE UMA FILHA,POR ONDE ANDARÁ ESSA FILHA?
lembro do acidente quando saiu no jornais, triste
Uma linda atriz, mulher forte, corajosa, (pena que ) ultrapassou seus limites de humano, vida intensa, sentimentos a flor da pele, admirável!